Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A sordidez global


Desrespeitosamente reacionária, como sempre, a Rede Globo privou seus telespectadores de assistirem ao desfile da Vila Izabel, segunda última, cujo enredo homenageava o grande líder socialista Miguel Arraes.

A mesma Globo que rebaixou a escola de samba 'Tradição', quando esta homenageava o apresentador e proprietário do SBT Sílvio Santos, em um enredo que desfiava todas as atrações do programa dominical de SS, este um apresentador que não precisa da Vênus Platinada pra ser um dos ícones da tevê brasileira, a desafiar o monopólio da porta-voz da ditadura.

A vítima agora foi uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, tudo porque prestava homenagem a um grande brasileiro na luta pela reconquista das liberdades democráticas, o oposto do triste papel que representava a emissora. Dessa vez nem procuraram justificar, como no caso do comício das diretas que a Globo dizia ser festejo em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo. Cortaram o desfile da Vila, inclusive o carro alegórico que trazia um boneco de Arraes, e pronto.

Como sempre contra o interesse do povo, decidiram estupidamente aquilo que deveria passar a fim de não ferir suscetibilidades fascistoides dos mandões globais, como se fosse a vontade do povo brasileiro.

No entanto, conforme registro de Paulo Henrique Amorim, em seu blog 'Conversa Afiada', a partir do blog do Renato, a truculenta decisão foi dignados tempos do famigerado Armando Falcão, Apesar da Globo, Vila Isabel terminou o desfile sob aplausos e gritos de “é campeã”. O samba-enredo em homenagem ao centenário de Miguel Arraes levantou os ocupantes da avenida, que acompanhavam o desempenho da escola. Faltando dois setores para o fim da pista de desfile, o intérprete do samba-enredo da Vila Isabel parou de cantar e pediu para o público entoar o samba, e a reposta veio de imediato, com um canto forte.

O compositor Martinho da Vila, que além de ter proposto o enredo é um dos autores do samba, acompanhou emocionado a chegada das alas e das alegorias na dispersão da escola. “É uma emoção muito grande. Dá uma sensação de missão cumprida. Foi uma beleza”, disse.

Bira do Banjo, que há 20 anos pertence à ala de compositores da Vila Isabel, não aguentou e caiu em prantos no fim do desfile “Eu sou nascido na Vila Isabel. A gente passa por uma série de problemas e a Vila está aí, e quem é sabe! Então, ver a escola passar assim é empolgante. Como compositor eu tenho uma história, e quando você vê os amigos, todo mundo unido, desculpe, a gente chora”, contou.


Poucas escolas depois, passou a Mocidade Independente de Padre Miguel, abordando o tema da corrupção. Mesmo dirigida por um meliante acusado de mandar matar o próprio primo na guerra pelo controle da contravenção no subúrbio carioca, além de responder a vários processos por formação de quadrilha,roubo e outros delitos, nada dessa contradição foi registrada pelos globais, que preferiram rasgar elogios à escola que já teve outro bandido como patrono: Castor de Andrade, por sinal, tio do bandido que se insurgiu contra a corrupção no enredo carnavalesco. Mas, para a Globo, tutti buona gente.

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